Estudantes indígenas são o grupo com menor acesso ao Ensino Superior
Ingressar na universidade ainda é um caminho cheio de obstáculos para muitos estudantes indígenas. Mesmo com as políticas públicas de acesso ao Ensino Superior, 63% dos indígenas que estavam matriculados em 2016 não frequentavam faculdades públicas, não tinham contrato vigente com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e nem acesso a bolsas do Programa Universidade para Todos (Prouni), segundo dados do mais recente Censo da Educação Superior.
A acessibilidade ainda é um problema para uma parcela dos indígenas que não vivem próximos aos centros urbanos. Para quem está na cidade, a questão financeira pode pesar na decisão. O Grupo Educacional Drummond promove o Vestibular Social para bolsas de estudo totais e parciais por mérito. O principal critério utilizado é o desempenho do candidato no processo seletivo. A próxima edição do vestibular social acontece no dia 28 de abril.
O Programa Bolsa Permanência, do MEC, oferece auxílio financeiro a estudantes indígenas matriculados em instituições federais e estaduais de ensino superior. Para os ingressantes no sistema privado, que correspondem a 75% dos universitários das etnias indígenas, a concessão de bolsas de estudo se torna essencial para desestimular a evasão e possibilitar a conclusão do curso e, portanto, uma sociedade mais inclusiva.
Além do estímulo ao ingresso nos diferentes cursos de Ensino Superior, o Grupo Educacional Drummond se preocupa em promover o intercâmbio de seus alunos com a cultura indígena. A professora Mestre Suzana Sóos Ribeiro, docente do curso de Pedagogia, ressalta a importância do contato com as etnias para a formação dos futuros pedagogos: “O aluno aprende via experiências para além dos muros da universidade. No contato com a aldeia, o universitário percebe que os índios são os primeiros povos do Brasil. No entanto, a população indígena é a que menos território tem”. As alunas Vivian Santos e Jacqueline Souza participaram de visita como parte da extensão do aprendizado e declararam a importância da vivência: “Foi ótimo poder entender melhor o modo de vida da população”, diz Jacqueline.
Apesar dos problemas para ingresso e permanência, há motivos para comemorar. A presença de indígenas no Ensino Superior cresceu mais de 500% desde 2010, de acordo com o Inep. Entre 2010 e 2016, o número de matrículas ativas saltou de 7 mil para mais de 44 mil no Brasil. Os cursos mais procurados são Direito, Pedagogia e Administração. Os números revelam um avanço da representatividade no Ensino Superior.