Graduação em ciências contábeis dá permissão vetadas para técnicos. No Brasil, há 530.373 profissionais que trabalham com contabilidade – 34% são técnicos e 66%, graduados.
No Brasil, há 530.373 profissionais que trabalham com contabilidade – 34% são técnicos e 66%, graduados. A diferença em relação à atividade que desempenham é a permissão em trabalhar com perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e auditorias. Segundo o decreto-lei que regulamenta a profissão, essas tarefas só podem ser praticadas por alguém formado na universidade.
Até janeiro de 2015, todos precisavam ser aprovados em um exame de suficiência, organizado pela Fundação Brasileira de Contabilidade, para conseguir o registro profissional. Depois dessa data, somente os graduados – e não mais os técnicos – passaram a ter o direito de fazer a prova e tentar conseguir o certificado.
Para ser aprovado, é necessário acertar, no mínimo, 50% das questões. São cobrados, em 50 questões de múltipla escolha, tópicos como contabilidade geral, de custos e gerencial, controladoria, legislação e ética profissional, normas brasileiras de contabilidade, perícia contábil, matemática financeira, língua portuguesa aplicada e legislação e ética profissional, entre outros.
O índice de reprovação é altíssimo: no segundo semestre de 2016, 47.128 pessoas se inscreveram e 78,16% delas não passaram na prova. O índice de ausência no exame foi de 13,08%. No primeiro semestre, os números não foram muito diferentes: 74,14% de reprovação.
Alta concentração no Sudeste
A maior parte dos profissionais trabalha na região Sudeste – 51,6% deles. A menor parcela está no Norte: 5,8%.
Distribuição por gênero
Considerando o total de profissionais que trabalham com contabilidade (sejam técnicos ou graduados), 57,1% são homens e 42,9%, mulheres.
Salários
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade , os salários variam de acordo com o cargo e o porte da empresa:
- analista contábil júnior, portanto, em início de carreira: R$ 3,2 mil a R$ 4 mil
- gerente contábil: entre R$ 10 mil e R$ 17 mil (em uma empresa de pequeno e médio porte) e entre R$ 13 mil e R$ 26 mil (em uma empresa de grande porte)
- auditor: entre R$ 3,4 mil e R$ 9,5 mil (empresa de pequeno e médio porte) e R$ 5 mil a R$ 13 mil (empresa de grande porte)
- gerente de auditoria (só existe em empresas de grande porte): entre R$ 13,5 mil e R$ 27 mil
O que os alunos dizem
Estudantes de ciências contábeis ouvidos pelo G1 reforçam que não é necessário ter conhecimentos aprofundados em matemática antes de entrar na faculdade. “Vai ver muito número na graduação, mas nada tão complicado como na engenharia, por exemplo. É só ter atenção, porque um erro te atrapalha no trabalho inteiro e faz com que tudo precise ser refeito”, diz Vitor Eyer, de 20 anos, aluno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A mesma ideia é apresentada por Vinícius Lopes Soares, de 24 anos, que está no último ano do curso na FMU, em São Paulo. “A contabilidade em si exige mais interpretação do que domínio profundo da matemática. Essa crença de precisar ser um mestre dos números é falsa”, afirma.
Outra questão importante abordada pelos alunos é a oferta de emprego. Eles contam que, pela vivência em estágios e na faculdade, percebem que o campo de atuação da contabilidade é vasto. “Você pode trabalhar em qualquer empresa, porque todas têm uma área contábil. Pode atuar também em auditoria e em escritório ou prestar algum concurso público, por exemplo”, diz.
Para se diferenciar
Ter visão ampla e se qualificar para trabalhar na prestação de contas em diferentes tipos de instituição.
Investir em áreas relacionadas à visão social dos negócios e ao meio-ambiente. “A contabilidade hoje é muito focada em prestação de contas de uma empresa. Mas está, aos poucos, se voltando para outros usuários. O profissional pode pensar em gestão dos recursos naturais, por exemplo. É uma área que está ganhando espaço”, diz a professora Selma Alves Dios, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Sempre ter em vista que é preciso ser ético e ter responsabilidade ao lidar com as contas da entidade na qual trabalha. “Não se envolva com corrupção ou sonegação de impostos”, recomenda Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB).
Saber lidar com tecnologia de informação para usar da melhor forma as ferramentas tecnológicas.
Graduação em ciências contábeis dá permissão vetadas para técnicos.
Fonte: Portal G1